COMO OTIMIZAR O POTENCIAL DE CADA FUNCIONÁRIO AO CARGO
(PARTE II)
Ajustar o cargo à função com a realidade da usina
Por: Renato Fazzolari
Você já viu um esqueleto? Por certo que sim. Ele é constituído de cabeça, tronco e membros, e está disposto exatamente para a necessidade do organismo que irá utilizá-lo, ou seja: Homem, Onça, Beija Flor, e assim por diante, e como a mãe natureza é sábia, através dos tempos vai adaptando-os às evoluções. Desta maneira, o homem deixou de ter aqueles braços compridos, pois não mais necessita subir em árvores; o avestruz se adaptou ao solo, perdeu a leveza de estrutura, e adquiriu outra estrutura mais condizente, para suportar fortes coxas e um tronco robusto.
Bem, o que tem a ver os esqueletos com o nosso tema?
É simples, o esqueleto está para os organismos vivos, assim como o organograma está para a organização das empresas.
Como assim?
Veja, a organização que tem o mesmo prefixo de organismo, e que não é por acaso (sobre isto já comentamos em outra “Dica”), também tem obrigatoriamente, formal ou informalmente, um organograma, o qual é o “esqueleto da empresa”, e é exatamente esse esqueleto que determinará a respectiva estrutura da mesma e, consequentemente, dependendo dessa estrutura, é que a empresa será eficiente ou ineficiente.
Deu para perceber a importância de um organograma? A título de elucidação, ressalvamos que existe uma variedade muito grande de composições de organogramas.
Vamos a alguns rápidos comparativos: Em uma empresa pequena, onde o dono pode comandar todas as ações, talvez um organograma tipo “beija flor”, estrutura leve e centralizada, seja o suficiente, pois é necessária muita agilidade nas ações. Uma empresa de porte grande já carece de departamentos especializados, a estrutura deve ser mais complexa. Uma empresa que está crescendo necessita um meio termo, algumas áreas mais especializadas e as demais mais centralizadas no dono do negócio. Aqui já vamos percebendo a adaptação do organograma à evolução organizacional, assim como o exemplo do homem e do avestruz.
É altamente relevante que cada empresa monte uma estrutura própria, respeitando suas necessidades e condições, com cabeça, tronco e membros ajustados; qualquer desequilíbrio nessa harmonia, fatalmente acarretará deficiências nos resultados.
Vamos adiante, para que se possa entender o que isto tem a ver com a otimização do potencial de cada funcionário ao cargo.
Durante quase toda a minha vida profissional, e principalmente quando realizei consultorias nas usinas, onde via de regra ia desde o diagnóstico até a estruturação das mesmas, um fator comum que havia em praticamente todas, era a incoerência dos organogramas em relação às necessidades funcionais. Como nosso espaço é limitado, segue um exemplo prático (particularmente, acredito mais no real do que no teórico; em minhas ponderações, procuro sempre alicerçá-las em situações vivenciadas).
Em certa Usina, encontrei um organograma do Departamento Industrial da seguinte maneira:
Um Gerente Industrial, reportando diretamente nada mais, nada menos do que 12 Supervisores, cada um responsável respectivamente por um setor, ou seja: Calderaria; Cogeração; Destilaria; Fábrica, Laboratório Industrial; Manutenção Elétrica; Manutenção Mecânica, Moenda, Utilidades; Construção Civil; Pátio e Armazem.
Dentro desta estrutura apresentada, você não acha que ao invés de ter um título de Gerente, seria mais adequado ter o título de Bombeiro? Pois o coitado do indivíduo que ocupava essa posição somente apagava fogo o tempo todo.
Você que conhece uma indústria de usina sabe que é só “pepino” o dia inteiro. Aí eu pergunto: o que é que se espera da função de um Gerente Industrial? Se a resposta é que saiba identificar as necessidades, que adote estratégias inteligentes, faça planejamentos, pesquise novas alternativas para otimizar os resultados, que seja gestor, administre por mecanismos de controles, etc., etc., e que atue mais com a inteligência e menos no operacional, então estamos de comum acordo.
Aí volto a perguntar, como ele vai poder exercer com eficiência essa função com a estrutura existente? Com certeza vai faltar tempo e vai sobrar cansaço.
Dessa forma, após tomar os devidos cuidados e de maneira gradativa, implantamos o seguinte organograma:
Um Gerente de Divisão, para realizar as funções apresentadas acima, e 3 Chefias de Departamentos, assim distribuídas:
Uma Chefia de Produção, reportando os seguintes setores e cargos: Um supervisor de Fábrica de Açúcar; Um Supervisor de Fábrica de Álcool; Um Supervisor de Refinaria e um Supervisor de Utilidades.
Uma Chefia de Manutenção, reportando: Um Supervisor de Manutenção Elétrica; Um Supervisor de Manutenção Mecânica Industrial; Um Supervisor de Moenda; Um Supervisor de Caldeiraria e Um Supervisor Civil.
Uma Chefia de Controle de Qualidade, reportando Três Supervisores de Laboratório, Industrial, Sacarose e Microbiologia.
Com essa medida, de uma simples adequação do organograma, pois não houve nenhuma demissão ou contratação de novos funcionários, obteve-se significativos aumentos nos índices de eficiências como nunca houve antes, consequentemente otimizou-se consideravelmente a relação custo x benefício da indústria. E isso se deveu à adequação dos perfis dos cargos, pois não foi somente a do Gerente que mudou, as mudanças se deram em escala, Gerente, Chefias, Supervisores, e inclusive nos cargos operacionais.
Com essa medida, de uma simples adequação do organograma, pois não houve nenhuma demissão ou contratação de novos funcionários, obteve-se significativos aumentos nos índices de eficiências como nunca houve antes, consequentemente otimizou-se consideravelmente a relação custo x benefício da indústria. E isso se deveu à adequação dos perfis dos cargos, pois não foi somente a do Gerente que mudou, as mudanças se deram em escala, Gerente, Chefias, Supervisores, e inclusive nos cargos operacionais.
Agora fica mais claro para se entender a importância e correlação de acertar primeiro o organograma para otimizar o potencial de cada funcionário ao cargo.
Saber o que se espera de cada cargo, e criar a estrutura e condições condizentes, é a segunda providência para otimizar o potencial de cada funcionário ao cargo.
Continua na próxima “Dicas em Conta Gotas”... Parte III